sexta-feira, 17 de junho de 2011

CAPÍTULO 6

Sentiu a brisa fresca em seu rosto. Tinha cheiro de terra molhada,de água e de folhas secas. Tinha gosto de outono e carregava a paz que somente o Éden parecia ter.
Mas não demoraria hoje. Só precisava informá-lo que não mais poderiam se ver. Se "eles" soubessem que esses encontros existiam, sem dúvida iriam bani-lá. Não aguentaria viver como aqueles outros, aquela corja. Precisava por fim nisso tudo hoje!

Porém, seus pensamentos foram rapidamente esquecidos quando sentiu sua presença forte e encantadora. Podia sentir que aqueles olhos negros estavam fixos nela. Forçou sua visão e pôde ver que aquela silhueta alta e atlética que vinha em sua direção subitamente parou.
Sentiu desejo.
Não que soubesse o real significado dessa palavra, mas sabia que algo dentro de si gritava, se contorcia.

Precisava sair dali urgentemente antes que fosse tarde demais. Tarde demais para ambos. Mas simplesmente não conseguia se mover. Estava paralisada por causa daquela estranha sensação.

O rapaz aproximou-se um pouco mais e, embora permanecesse ainda sob as sombras dos pinheiros ela sabia que ele encarava a nudez de seu corpo.
Virou-se sentindo constrangida e tentou cobrir com os braços o máximo que pôde de seu corpo. Estava a ponto de chorar quando sentiu aquelas mãos mornas a acalentarem.

"Não se preocupe! Não farei nada que não queira!"

Nada que não queira. Será que realmente não queria nada?

Fechou os olhos e se deixou afundar nos braços e no abraço do rapaz.
Não podia negar. Estava claro que queria sentir seu corpo no dela.

Sentiu os lábios macios beijarem seu pescoço, depois sua nuca e finalmente sua orelha.

"Eu te amo, meu anjo!"- sussurrou naquela voz grave e suave.

Ela congelou. Amor? Não! Isso jamais poderia ser possível! Viera até aqui justamente para dizer que nunca mais se veriam! Não podia deixar que aquilo continuasse.
Cuidadosamente retirou as mãos que agora seguravam sua cintura e atrevou-se finalmente a olhar aquele rosto...

Aquele rosto...Aqueles olhos negros...Aquele sorriso...

Valerie acordou assustada! A testa estava molhada de suor. Tremia...

- Já estava indo te acordar, mocinha. Já estamos fechando.- disse a bibliotecária retirando os livros que estavam na mesa ao lado.
- Me..me desculpa...eu...
-Tudo bem! Raramente vejo alguém que consiga sair daqui sem antes tirar uma sonequinha. - a moça falou sorrindo de forma doce.
- Eu te ajudo! É o mínimo que posso fazer.

Forçando a se levantar, Valerie pegou os livros de sua mesa e os levou até as estantes de onde sairam. Voltou até a mesa, pegou a mochila e observou pela janela a noite que caia lentamente.

Que tipo de sonho maluco tinha sido aquele? Onde era aquele lugar bonito? Parecia ser algum lugar na Europa.
Quem eram "eles"?
Por que estava...nua?

E o pior, o que diabos Kevin Walker fazia no seu sonho?

3 comentários:

  1. Gostei bastante do capítulo,bom ainda não li os outros mas pretendo.Mas a história parecer ser bem interessante.To seguindo aqui *-*

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  2. Dizem que sonhos são os desejos do inconsciente. Mas Valerie já tem plena consciência do que sente, apesar de não admitir isso.

    Tô adorando!

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